Com a maturidade foi ficando mais fácil identificar as fases da minha vida. Os ciclos se sucedem, assim com o as estações do ano. Ao fazer tal constatação, que hoje me parece tão óbvia – embora nem sempre tenha sido assim -, dediquei-me a desenvolver uma capacidade de adaptação que agora me permite conviver quase que pacificamente com estes movimentos.
Digo isso porque neste momento comemoro o final de mais um ciclo. Ainda não sei qual será o próximo. E aprendi, também, a conviver sem muita angústia com esta etapa: a da incerteza. Quando ainda não sabemos o rumo que a vida vai seguir. Ou que rumo daremos a ela. Este compasso de espera. Este tempo que antecede cada passo, como um intervalo entre a inspiração e a expiração. Tempo de observar. Sentir. Principalmente sentir. Decidir sem pressa. Respirar. Um passo por vez. Deixando todas as sensações se manifestarem como quando andamos num terreno meio nebuloso e desconhecido. Olho para trás com muito orgulho, porque reconheço uma bonita trajetória de fidelidade a mim mesma. Por isso, sem falsa modéstia, reconheço os méritos de ter sido honesta e leal a vida e as pessoas que fazem e fizeram parte dela. Quando comecei não imaginava aonde chegaria. Também não sabia que eu tinha tanto jogo de cintura. O que havia, de minha parte, era algo que sempre pautou a minha vida. Coragem. Muita coragem. E uma imensa vontade de continuar fazendo algo digno diante do Universo, diante desse mistério chamado vida.
Foi, sim, um tremendo desafio.
Tive, sim, muito medo. Mas não o suficiente para desistir.
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